domingo, 12 de maio de 2013

GUERREIRAS DA PAZ NO MUNDO!

Fui mãe pela primeira vez em 1982. Naquela época eu morava numa casa no bairro de Cidade Gebara no município de Itaboraí, casa essa que ajudei a construir juntando tijolos e fazendo emboço. Serviço pesado que alguns diriam que não seria meu. Mas, naquele tempo não tinha dinheiro para contratar um pedreiro e o trabalho tinha que ser feito por nós mesmos. Parceria e companheirismo não dá para ser pela metade. Esse é o meu jeito de ser. E lá estava eu... A casa não tinha luz elétrica e nem água encanada. A região era pobre. Tínhamos água de poço. Plantávamos quiabo, feijão, aipim e batata doce. Tínhamos horta também. Lembro de subir numa bicicleta  com uma barriga enorme, para ir ao supermercado comprar arroz, açúcar, café, coisas que não podíamos plantar... Lembro-me que meu filho veio uma semana antes do que pensávamos. Isso atrapalhou os planos de tê-lo num local mais seguro e na presença de pessoas amigas. Entrei dando a luz num hospital desconhecido, com pessoas desconhecidas, num atendimento tão precário que se não tivesse gritado e gritado muito, tirando a paciência de algumas enfermeiras e médicos do hospital, meu filho poderia ter morrido. Mas, não morreu. Está lindo e forte e fará esse ano, 30 anos. E por que conto essa passagem de minha vida? Para creditar a todas as mulheres que são mães uma homenagem de mãe. Só nós, mulheres, temos condições de saber o quanto é incrível ter esse poder, essa garra, essa raça para viver e orientar outras vidas. A vida nos apresenta muitas oportunidades de aprendizado e nós, mulheres, mães, guerreiras do cotidiano, agarramos todas elas com muita força e as vezes até com sofreguidão, pois, para muitas de nós, as oportunidades são tão fugidias que quando elas acontecem temos que ser rápidas e competentes. Quantas mães ainda sofrem pela falta de oportunidades que têm de dar a seus filhos o melhor! Quantas mães também sofrem por não ter conseguido oferecer a melhor educação! Quantas choram nesse momento por terem seus filhos mortos numa guerra sem fim e sem sentido! Quantas sofrem por ver seus filhos mortos ou encarcerados, por terem estado no lugar errado, na hora errada, ou por terem lutado por uma causa em seus países, em suas comunidades!  E aquelas que sabem que seus filhos erraram, cometendo crimes e passam por mil percalços para visitar seus amados nas prisões e penitenciárias, o quanto eu as admiro... Mensageiras do amor, levam para seus filhos a paz e a confiança para que enfrentem com coragem a hostilidade do mundo provisório que escolheram viver, ainda que a sociedade as discrimine! Outras mães, que carregam em seus braços filhos especiais, que ganharam essa nomenclatura graças a elas. Seus filhos são verdadeiramente especiais e não retardados como muitos ainda na sociedade teimam em afirmar. Outras mães, sofrem as doenças de seus filhos, tantas vezes incuráveis, sem desistir nunca de cuidar deles. Quem sou eu diante de tantos exemplos que vi durante minha vida. Tive quatro filhos gerados na minha barriga. Tive alguns que não foram gerados, mas, pude também acalentá-los de alguma forma, enquanto durou o projeto social onde lutei junto com tantas mães durante 19 anos. Alguns deles, nunca mais vi. Outros, as vezes, me acham pelas redes sociais e me deixam mensagens. Quando isso acontece é reconfortante. O que sempre desejei a todos eles foi que agarrassem com força todas as oportunidades e que fossem homens e mulheres de fibra. Esses dias um deles me deixou uma mensagem emocionante. Mães sempre se regozijam com o progresso dos filhos, tenham eles a idade que tenham... Ser mãe nunca foi fácil! Também não é fácil ser mulher, trabalhar, estudar, lutar por um mundo melhor! Mas, quem disse que nós gostamos de facilidades? Fazemos tudo isso e um pouco mais. Queremos que o mundo mude! Queremos que a sociedade mude! Somos mulheres! Somos mães! Somos guerreiras da paz no mundo! E assim, vamos vivendo...

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